Transition Brasil

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O Dia da Sobrecarga da Terra é a ocasião para  lembrarmos e agirmos em resposta à emergência climática e ecológica que estamos vivendo.

A humanidade está no crédito desde 29 de julho de 2021, pois já consumiu todos os recursos naturais (água, terra, ar limpo) que o planeta oferece, segundo um cálculo realizado pela organização Global Footprint Network. Seriam necessárias 1,7 Terras para satisfazer nossas necessidades de consumo deste ano da humanidade, ou seja, a humanidade consome 74% a mais do que o que os ecossistemas globais podem regenerar.

Dados divulgados em julho pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostraram que a área sob alerta de desmatamento na Amazônia, durante o primeiro semestre de 2021, é a maior em seis anos.

O que o desmatamento da Amazônia contribui para adiantar o Dia da Sobrecarga da Terra?

No ano passado, devido à pandemia de Covid-19 e às medidas de lockdown para barrar a propagação do vírus, o Dia da Sobrecarga da Terra foi registrado em 22 de agosto. Mas os dados de 2021 são equivalentes aos de 2019, antes da crise da Covid-19 e são explicados tanto por um aumento na ‘pegada de carbono’ de 6,6%, quanto por uma redução na biocapacidade florestal global de 0,5%: “devido, em grande parte, ao pico do desmatamento na Amazônia“, explica relatório divulgado pela ONG WWF.

Embora a pegada de carbono ligada ao transporte permaneça mais baixa do que os níveis pré-pandêmicos, os resultados relativos ao consumo de energia devem aumentar significativamente. “Esses dados mostram claramente que os planos de recuperação da era pós-Covid-19 só podem ter sucesso a longo prazo se forem baseados na regeneração e na gestão racional dos recursos ecológicos”, analisa Laurel Hanscom, CEO da Global Footprint Network, em um comunicado à imprensa.

Como o Dia da Sobrecarga é calculado?

O Dia da Sobrecarga da Terra existe desde 2006. A GFN (Global Footprint Network), organização de pesquisa que apresenta a data a cada ano junto com o grupo ambiental WWF, compara o cálculo a um extrato bancário que rastreia receitas em relação aos gastos. Ele considera milhares de dados da ONU sobre recursos como florestas biologicamente produtivas, pastagens, terras de cultivo, áreas de pesca e áreas urbanas. Esse cálculo é então medido em relação à demanda desses recursos naturais, entre eles alimentos de origem vegetal, madeira, gado, peixe e a capacidade das florestas de absorver emissões de dióxido de carbono. 

De acordo com a Agência Internacional de Energia, as emissões de CO2 relacionadas à energia — particularmente combustíveis fósseis como o carvão — cresceram 4,8% este ano sobre os níveis de 2020. E pensar que estamos em uma pandemia, com muitas atividades econômicas do business as usual com sua capacidade reduzida, esse crescimento significa muito.

Através da Pegada Ecológica, conseguimos comparar a demanda de recursos de indivíduos, governos e empresas com o que a Terra pode renovar.

Se conseguimos calcular a pegada ecológica do Planeta e a causa do dia da sobrecarga é a forma como cada um de nós vive. Que tal começarmos a reverter isso dentro da lógica da ecologia profunda, começando a entender a pegada ecológica de cada um e explorar estratégias para rever seu modo de vida, para que ele esteja dentro dos limites planetários?

Compartilho a minha pegada ecológica, para verem que a tarefa de revermos nosso modo de vida não é fácil, mas nem tão difícil, e extremamente urgente e necessário, se acharmos importante a sobrevivência da humanidade no Planeta Terra.

Preciso de apenas 1 planeta e estou aqui para apoiar quem quiser fazer a transição para uma vida mais sustentável e regenerativa! Precisamos de TODOS para reverter do dia 29 de Julho para 31 de Dezembro, como data de esgotamento dos recursos naturais disponíveis para o Planeta em um ano! E isso se  faz com ações de regeneração ecológica, social, econômica em uma visão de mundo cada vez mais sistêmica e complexa. De forma mais prática, avaliar o que você pode mudar de hábitos em casa e na sua família já é um importante início.

Minha pegada ecológica atual é de 1.7 planetas (Há 3 anos era 2.5. planetas!!)

Agora, o que eu preciso fazer?

1 – Reduzir o uso de combustível fóssil, reduzindo 50% de km rodado por mês em carro particular, retomando as caronas à Escola, agora que as aulas voltarão presencial para mais crianças (a maior distância de casa e uso de carro é para levar minhas filhas à escola, moramos em área rural).

2 – Aumentar a produção de frutas, temperos e verduras da pequena horta familiar orgânica, e partilhar, trocar com os vizinhos, para aproveitar o tamanho da área não construída disponível, e aproveitar melhor o sistema de captação de água de chuva que tenho e que está sendo sub-utilizado. Pensar em uma casa com menor área construída no futuro.

3 – Adquirir localmente a minha composteira doméstica pronta, para ganhar mais tempo no cuidado da horta.

4 – Reduzir 25% do consumo de energia da casa e/ou complementar em 25% o sistema de energia renovável da casa Objetivo para pagar apenas taxa mínima da concessionária de energia.

5 – Redirecionar os esforços com os jovens do DPV, Gaia Jovem e Transition Brasil, no segundo semestre de 2021 para nos capacitarmos em mais uma metodologia de mobilização comunitária e realização de sonhos coletivos, o Dragon Dreaming, para formarmos diversos comitês de plantio pelo Brasil e deixarmos a gincana tempo de plantar mais jovem, mais leve e realizarmos o plantio de 1.000.000 de árvores de uma vez.

Que tal calcular sua pegada ecológica e entender o que é possível fazer agora para reduzi-la?

http://www.pegadaecologica.org.br/

Ou aqui:

http://www.footprintcalculator.

Quem sentir o chamado e quiser compartilhar aqui os seus resultados, suas dúvidas e suas ideias de como revertermos o Dia da Sobrecarga.

Fontes:

O que é o Dia da Sobrecarga da Terra, que chegou mais cedo em 2021? (uol.com.br)

Tempo de Plantar (@tempodeplantar2021) • Fotos e vídeos do Instagram

Por Gabriela Cilento Conti Montenegro