A Transição Interna é um dos grandes diferenciais do movimento Transition Towns, onde entende-se que qualquer movimento externo é um transbordamento, uma consequência da soma de nossas crenças, pensamentos, palavras e ações. O importante não é o resultado final, mas o começo de tudo. Reavaliar crenças e valores que fazem sentido, relacionar-se e viver de acordo com eles.
A palavra “transição” nos remete a uma trajetória de um ponto a outro, ou de um estado a outro. E que pontos ou estados são esses, no que se refere a transição interna?
Basicamente podemos dizer que seria a transição de uma mente dual (separatista, individualista, baseada na crença da escassez, competitiva, antropocêntrica, julgadora) para uma mente paradoxal (integrativa, coletiva, baseada na crença da abundância, cooperativa, que é UM com o todo, empática). Enfim, sairmos do estado de espectadores, resgatarmos nosso poder e então co-criarmos juntos, com auto-responsabilidade, um mundo mais justo, humano, responsável e amoroso.
O sucesso do movimento de transição depende da capacidade de criar uma cultura que realmente apoie a mudança externa, a partir da nossa própria cultura pessoal, nossa cultura de grupo e a cultura dentro das comunidades, dos movimentos, do mundo e dos ecossistemas em geral.
A Transição Interna nos ajuda a escolher formas mais saudáveis, mais resilientes, conectadas e atenciosas de ser e agir no mundo. Uma série de ferramentas e múltiplos recursos estão à nossa disposição para nos auxiliar a adentrar no mundo exploratório de reconhecer nossas limitações atuais, assim como, nossas potencialidades a serem desenvolvidas.
Ao nos libertarmos de nossas tendências habituais, da nossa política de identidade e do condicionamento cultural, ou seja, entrarmos no processo da Transição Interna, experimentamos nossa inseparabilidade e interdependência com o Universo. Por meio da transição interna, tornamo-nos cada vez mais capazes de alinharmos nossa cabeça, mãos e coração – fazendo com que as mudanças práticas necessárias, para que a Transição Externa ocorra, sejam muito mais fáceis.
Educação pela Cabeça, Coração e Mãos – Satish Kumar (ative no vídeo a legenda em português)
Como a Transição Interna nasceu e se desenvolveu
Em 2007, após a vivência em um grupo de trabalho temático de ‘psicologia da mudança’ em Totnes, a vertente Transição Interna da Transition Network foi co-fundada por Hilary Prentice e Sophy Banks.
História da Transição Interna – Sophy Banks (ative no vídeo a legenda em português).
Em 2016, Sophy passou o bastão da Transição Interna para Claire Milne, que se tornou Coordenadora Internacional de Transição Interna. A prioridade de Claire foi coordenar e apoiar a integração de Transição Interna em Iniciativas de Transição em todo o mundo, bem como alcançar comunidades, movimentos, organizações, projetos, grupos e indivíduos que já estão em uma forte jornada interior e maduros o suficiente para se envolverem de forma mais prática no mundo.